E aí, gente! Tudo beleza?
Nessa minha primeira postagem, vou começar com um review do clone chinês do Game Boy Color: o GB Boy Colour.
Primeiramente, vejam como é o bichinho:
O APARELHO:
Aparentemente,
é quase idêntico ao original. A carcaça é feita de plástico robusto,
com excelente acabamento, sem rebarbas e bastante firme. Os parafusos
são de chave philips muito bem aparafusados (tentei dar tração reversa, e
precisei colocar bastante força pra destravá-lo).
Os
botões são macios e a resposta é incrivelmente precisa. Os botões de
"select" e "start" são de plástico, do mesmo material do "A" e "B",
diferenciando do original, que tinha o "select" e "start" de borracha.
Depois de um tempo jogando, passei a preferir o tato e o comando do
clone ao original, por incrível que pareça.
Mas qual a principal vantagem de se ter este clone?
Uma imagem vale mais que mil palavras:
Sim! BACKLIT!
Acreditem: é infinitamente mais confortável jogar os jogos de Game Boy com luz de fundo.
A resolução de tela do GB Boy é idêntica a do Game Boy, com um único defeito: o aspect ratio
não é igual, o que deixa os pixels na tela ligeiramente mais esticados.
Como é muito pouca a diferença, depois de um tempo jogando seu olho
acostuma e passa não ser um problema.
Quanto ao som, a qualidade é
um pouco inferior ao original, apesar do volume ser muito mais alto,
sem distorção. Não sei se é falha no processador ou em algum componente
interno do videogame, mas alguns jogos os sons falham (Pokémon Crystal,
no cartucho original, os bichos não soltam barulho no início das
batalhas, o que não acontece se o jogo estiver rodando no Everdrive
Krikzz).
Possui saída de som P2 para fones de ouvido e
alimentação por fonte externa, exatamente a mesma que utiliza-se no Game
Boy Color original. Fiz o teste com fones, caixa de som e fonte de
alimentação: tudo funciona perfeitamente.
Quanto à conexão
externa, ele possui entrada/saída de cabo link no padrão do GBA (o que
não impede do padrão GB/GBC de encaixar). Fiz o teste com o cabo link
entre um GB Boy Colour e o Game Boy Color, e funcionou perfeitamente.
Já
a comunicação por infra-vermelho (IR) eu não tive a oportunidade de
testar, mas, pelo que parece, não existe qualquer emissor deste sinal no
hardware do aparelho, conforme se verifica pela carcaça translúcida:
Por
fim, fiz o teste de bateria, e, para a minha surpresa, a carga segura
mais tempo que o Game Boy original, apesar da alimentação da luz de
fundo. Joguei o Pokémon Crystal Kaizo por mais de 20 horas até perceber
que a bateria estava arriando. A mesma bateria segurava carga de 15
horas, mais ou menos, no Game Boy Color. Eu sinceramente não sei a que
fatores se devem isso: talvez porque atualmente é possível se fabricar
um hardware que faz o que o GB fazia antigamente sem muito esforço, o
que acaba compensando no gasto de energia para iluminação de tela. Mas
isso é só um palpite.
Notei que quando a bateria está
enfraquecendo, os jogos apresentam flickering constante, com a luz de
fundo piscando e, às vezes, estabilizando mais fraca. Isso talvez seja
um alerta de que precisa substituir a pilha ou recarregá-las (já que a
luz vermelha de "power" fica sempre na mesma intensidade). Curiosamente,
quando o videogame é alimentado por uma fonte externa, o flickering
também existe, apesar de ser menos constante. Com bateria cheia, é
praticamente inexistente.
TESTANDO OS JOGOS:
Eu não tenho tantos cartuchos de Game Boy para testar (na realidade, apenas 3). Então, vamos aos testes:
-
Pokémon Crystal: O jogo roda bem, de vez em quando apresenta flickering
(do próprio jogo, e não da bateria), mas é bem raro, o que não
incomoda. No cartucho original, não há o "cry" dos pokémons em batalha,
apenas na tela de status ou na Pokédex.
- Pokémon Yellow: O mesmo que o Crystal quanto ao flickering. O resto é perfeito.
- Super Mario Land: Roda perfeitamente.
Quanto
ao funcionamento com o Everdrive original (Krikzz), os jogos funcionam
todos perfeitamente, sem flickering (a menos que esteja com bateria
acabando ou com alimentação externa). Fiz o teste com Dr. Mario, Metroid
2, Castlevania, Tetris, Pokémon Yellow, Pokémon Blue, Pokémon Silver,
Pokémon Crystal, Megaman Xtreme, Megaman Xtreme 2, Super Mario Deluxe.
Todos funcionaram perfeitamente, sem flickering, sem falhas de som, sem
bugs.
Entretanto, deve-se tomar muito cuidado com a utilização do
Everdrive no GB Boy Colour: quando a bateria começa a ficar mais fraca
ou quando se está com alimentação externa, ao ligar o videogame,
aparentemente o hardware não possui energia o suficiente para executar
os comandos do cartucho (ler cartão microSD, salvar bateria, apagar a
rom antiga e escrever a rom nova), o que acaba por reiniciar o sistema
diversas vezes. Isso pode danificar o cartucho, até porque isso acontece
justamente nas telas onde aparece a frase "!!Do not turn off!!".
AVALIAÇÃO FINAL:
Para
um clone, é um excelente produto. Possui duas versões a venda: a comum,
que é como o Game Boy Color, e a com 66 jogos na memória. Ambos podem
ser encontrados hoje no Mercado Livre por R$ 250,00 e R$ 300,00,
respectivamente.
PRÓS:
- Possui luz de fundo;
- Montagem e carcaça robusta e botões macios, o que proporciona uma ótima jogabilidade;
- Bateria dura mais tempo.
CONTRAS:
- "Aspect ratio" não é 1:1 como no Game Boy, fazendo uma leve distorção da imagem;
- A qualidade do som não é como o original (apesar de já existirem mods de melhoria na internet);
- Alguns jogos não funcionam plenamente;
- Everdrive precisa ser usado com cuidado quando a bateria estiver acabando.
NOTA FINAL:
A
nota que eu dou é 8,0. Apesar de haver mais contras que prós, para um
clone chinês, sua funcionalidade é realmente de se surpreender. E como
eu jogo mais os jogos com o Everdrive, a compatibilidade com jogos sem
que estes apresentem defeitos é bem maior (como eu pude notar, por
exemplo, no Pokémon Crystal).
